sábado, 19 de janeiro de 2013

Dica nº 2: Diga não assistir novelas

 
    Produto televisivo de maior audiência no Brasil, a telenovela é um patrimônio cultural brasileiro. Todo dia, milhões e milhões de brasileiros param em frente à Tv para acompanhar histórias de amor, vilania, suspense, tédio, humor, tentativa de humor, conscientização social, tentativa de conscientização social, bem como para ver aquela atriz gostosa nua, ou aquele ator musculoso sem camisa, e, quem sabe, uma cena de sexo de lambuja, nas produções em horários mais avançados, num total de cerca de enormes, longas, longuíssimas mesmo, 4 horas diárias (para o caso dos viciados que precisam ver todas as produções convencionais da Rede Globo). Mas é claro, a novela não é só isso. Trata-se de um óbvio produto de alienação, que torna quem a vê um imbecil, idiota, débil mental, incapaz de formular uma frase com começo, meio e fim, um robozinho que segue as tendências ditadas pelos personagens, um papagaio repetidor das gírias, bordões e frases exóticas, um comprador sem freios das mercadorias anunciadas durante os intervalos, ou até mesmo durante a novela. Há, obviamente, também o claro aumento da gravidez entre adolescentes, impulsionado pelo mau exemplo das garotinhas sedentas por sexo retratadas a torto e a direito por uma atriz mediana conhecida como a nova "promessa" para o futuro. As traições também, aumentaram em todo o país estimuladas pelos casos extraconjugais tão comuns movimentadores e enchedores de linguiça das tramas. Os homicídios, roubos e outros delitos também crescem a cada ano no país, porque na novela o vilão (O vilão? Todos os personagens dão maus exemplos. Todos, sem exceção.) que pratica esses atos só é punido muito tempo depois de os praticar. Quem assiste a novela também deixa de exercer seus deveres como cidadão, não percebendo como está a situação do mundo, deixando de salvar milhões de pessoas da fome e da sede na África e as crianças e adolescentes da entrada no mundo das drogas, deixando de buscar soluções para o aquecimento global (ou acreditando no aquecimento global) e para o problema do fim das fontes de energia não renováveis, deixando de acompanhar a política do país, não adquirindo informação sobre os ditames e ações de seus representantes. Afinal, pra que se preocupar com o mundo real, não é mesmo? A ficção nos permite deixar de lado nosso poder decisório: há um autor que escreve aquilo, e a ação dos personagens independe de nossa vontade. É como assistir um filme, um seriado, ou ler um livro todo dia. Não, óbvio que não, livros são muito mais culturais.
    Se você quer parecer mais inteligente, não deve fazer parte da massa de idiotas que consome desse produto com tamanha má fama intelectual. Sendo assim, diga não assistir as novelas, mesmo que você, em segredo, as assista. Quando alguém comentar sobre alguma, faça-se de desentendido. Se alguém disser amar tal novela ou tal personagem da novela, chame-o de ignorante. Pois alguém que gaste um tempo tão grande como esse acompanhando essas baboseiras, e depois mais não sei quanto tempo as comentando, só pode ser um belo e completo espécime de ignorante. 



  Ignoranteadj+s m+f (lat ignorante) 1 Que, ou quem ignora.
 2 Que, ou pessoa que não tem instrução;
 inculto, iletrado. 3 Que, ou quem não tem conhecimento
 de determinada coisa. 4 Inábil.

 Dicionário Michaelis
      

    



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